segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Perdi o que tinha

Em continuação ao artigo anterior, sobre a situação de infantilidade do Brasil nos anos dois mil, vou expor outras situações, que até me impediram de escrever por meses, e que assustam em meio ao nosso cenário social.

Suicídio

Estou lidando com casos de iminência de suicídio. Parentes trazem seus familiares em estado psicológico crítico. E qual é o motivo ? Uma parte perdeu o alto padrão de vida de que gozava há dois anos. A outra parte tinha a promessa de alcançar este alto padrão de vida.

De quem estou falando ? De militantes da política brasileira que perderam seus cargos e de militantes que deram tudo de si ao partido, mas cujo resultado das eleições frustrou suas aspirações.

Estas pessoas, que não estão na miséria, ainda tendo condições econômicas, não querem viver como pessoas comuns, simples, do tipo que anda na rua, vivendo, trabalhando e se divertindo. Seus sonhos são muito altos.

Dependência alheia

O traço comum de história de vida destas pessoas é um enredo de vida que poderia ser bom, mas um pequeno desvio os impediu de atingir a autonomia. Estudaram e se formaram, mas, desde cedo, ocuparam cargos políticos por indicação. Nenhum se preocupou em fazer um negócio paralelo. Nenhum se preocupou com o futuro. Todos são muito submissos, até porque esperam sempre os favores de seus conhecidos. Vão a festas, eventos políticos e procuram estar próximos de pessoas que lhes interessam.

Às vésperas das eleições, intensificam seus contatos, recebem promessas, e assim vieram vivendo nas últimas décadas.

Decepção

Mas agora, perceberam que os cargos estão mais técnicos. Não se especializaram, não se preocuparam com o seu aperfeiçoamento pessoal. Preocuparam-se com lazer e entretenimento. Promessas certas de cargos, em 2018, viraram fumaça. Pessoas em quem confiaram, viraram as costas, pois, por sua vez, estão preocupadas com seu próprio futuro. Quase todos os conhecidos se encontram nesta situação.

Imaginem. Eles já possuem bons apartamentos e bons carros, mas se lamentam dizendo que não vão conseguir mais o carro do ano. Não admitem a perda do padrão por nada deste mundo.

Este é o triste destino de quem se apoia nos outros, se apoia em políticos e que não desenvolve autonomia e autoestima.

Alerta

Aos que estão começando a vida agora, dou um diagnóstico da situação. As coisas estão muito mais difíceis para quem quer viver escorado na política.

E vou mais longe. As coisas vão ficar mais difíceis em termos de emprego também. O número de pessoas que precisarão abrir seu próprio negócio vai aumentar. Os concursos ficarão mais raros e seu grau de dificuldade vai aumentar.

Estou sendo procurada para orientar seleções de pessoal cada vez mais rigorosas.

Os políticos são os novos deuses

É bom lembrar que a psicologia teve sua base herdada da Mitologia. Cada deus exibia um traço de personalidade humana, para que este traço ficasse bem nítido.

Os humanos da "modernidade" se acham muito evoluídos, mas regrediram ao estado de homens primitivos. Eles se apoiam firmemente a estes seres aparentemente cheios de poderes, que podem lhes dar conforto. O caso mais nítido, que com a devida licença às crenças de algumas pessoas, eu evidencio aqui é o de Lula. Para muitas pessoas ele é um Zeus poderoso, chefe de todos os deuses, a quem não se pode imputar crime ou culpabilidade.

Vejam como a nação brasileira mostra o seu lado primitivo.

Concluindo

O brasileiro precisa se desenvolver emocional e intelectualmente muito ainda. Desta forma conseguirá desenvolver sua autonomia e sua autoestima.

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