sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Culto ao proibido e ao ilegal

Entre os adolescentes, gostar do que é proibido é quase regra. Fumar cigarro comum, legalizado, já foi usufruir de algo proibido lá pelos anos 1970. Agora o proibido é a maconha, a cocaína, o "doce" (ácidos e compostos sintéticos), o haxixe e outros.

Com uma certa restrição, posso citar, sem ter medo de errar, que o homossexualismo também, fundido com o fator moda. O homossexualismo já foi olhado com a ótica de algo repugnante e proibido, a ponto de, no Reino Unido, nos anos 1940 e 1950, ser punido com castração química.

Eu digo, com a segurança de uma profissional do ramo da psicologia, que a atração pelo proibido é característica prevista para o ser humano. A primeira fase é a curiosidade. A segunda fase é a fantasia. A atração é a terceira. A quarta é a experimentação. A quinta é o hábito e a sexta é o vício.

Liberalização

A Liberação das drogas, como os próprios usuários estão querendo, sob o ponto de vista que coloquei anteriormente, só vai fazer aparecer novos alvos de curiosidade, levando à fantasia e à atração. A busca pelo proibido não tem fim na juventude.

Ídolos

Ídolos também podem se transformar em drogas, em fantasias do proibido.

A nossa sociedade está doente, e isto fica claro pelo aumento das receitas de medicamentos antidepressivos, ansiolíticos, tranquilizantes e calmantes. As vendas das indústrias farmacêuticas só vem aumentando. E em uma das vertentes deste adoeciomento, está a busca por algo mais pessoal.

Jovens tendo ídolos na música é extremamente normal. Mas agora surgiu um novo fenômeno, até instigado por gente muito mal intencionada. Surgiu o ídolo político de massa. Vocês dirão que isto já existia. Getúlio Vargas foi um deles. Mas o grave agora é o fato de jovens estarem idolatrando políticos.

Vejam o caso de Lula. Ele representa a rebeldia. Ligado aos guerrilheiros dos anos 1970, ele odeia a polícia e a autoridade, odeia ricos, defende que as pessoas que não dão conta de um trabalho convencional sejam ajudadas pelo estado. Defende escola para todos, ótimo, só que a admissão para estes cursos "para todos" se dá até pelo processo de redação, pura e simplesmente.

O ENEM é ótimo. Ótimo para as melhores escolas, que pegam os melhores alunos. As escolas menos conceituadas pegam aqueles que tiram notas mais baixas. O vestibular vinculado à uma escola praticamente acabou.

Não estou entrando em detalhes da educação para discutí-la, mas para mostrar uma das principais exigências feitas ao jovem: educação, escola.

Estes processos que vieram se delineando da fase de governo popular, no país, vieram de encontro aos anseios do jovem. E entrar em uma universidade, sem muito méwrito, já foi coisa proibida. E o que acontece agora ? O jovem entra em um curso, frequenta por três meses e muda para outro curso, isto se não parar de estudar.

Ao tornar as coisas fáceis, este ídolo das massas- Lula - e sua continuadora Dilma Roussef só pioraram as coisas. Mas se tornaram os ídolos dos jovens preguiçosos.

Militantes

E estes ídolos ganharam não somente seguidores, mas militantes cegos. Em meu consultório tenho que tratar, a pedido dos pais, de jovens que passam o dia inteiro nas redes sociais defendendo seu ídolo socialista.

Para estes, Lula não é criminoso, a condenação foi injusta, ele fez progredir o país, é um sujeito extraordinário, não roubou os órgãos e departamentos do governo. Alguns até admitem que aqueles que estão ao redor dele são ladrões e desonestos, mas ele não. Mesmo assim, a cegueira é anormal.

Situação atual

Diante do contexto e de sua gravidade, por vezes somos obrigados a mostrar recortes de jornal, com os fatos, para produzir o confronto com a realidade e suscitar a discussão, pois o simples fato deles falarem já é o meio caminho para a cura.

Um fato digno de nota, e constante. é o de que todos que idolatram Lula também defendem Fidel Castro e Nicolas Maduro.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Perdi o que tinha

Em continuação ao artigo anterior, sobre a situação de infantilidade do Brasil nos anos dois mil, vou expor outras situações, que até me impediram de escrever por meses, e que assustam em meio ao nosso cenário social.

Suicídio

Estou lidando com casos de iminência de suicídio. Parentes trazem seus familiares em estado psicológico crítico. E qual é o motivo ? Uma parte perdeu o alto padrão de vida de que gozava há dois anos. A outra parte tinha a promessa de alcançar este alto padrão de vida.

De quem estou falando ? De militantes da política brasileira que perderam seus cargos e de militantes que deram tudo de si ao partido, mas cujo resultado das eleições frustrou suas aspirações.

Estas pessoas, que não estão na miséria, ainda tendo condições econômicas, não querem viver como pessoas comuns, simples, do tipo que anda na rua, vivendo, trabalhando e se divertindo. Seus sonhos são muito altos.

Dependência alheia

O traço comum de história de vida destas pessoas é um enredo de vida que poderia ser bom, mas um pequeno desvio os impediu de atingir a autonomia. Estudaram e se formaram, mas, desde cedo, ocuparam cargos políticos por indicação. Nenhum se preocupou em fazer um negócio paralelo. Nenhum se preocupou com o futuro. Todos são muito submissos, até porque esperam sempre os favores de seus conhecidos. Vão a festas, eventos políticos e procuram estar próximos de pessoas que lhes interessam.

Às vésperas das eleições, intensificam seus contatos, recebem promessas, e assim vieram vivendo nas últimas décadas.

Decepção

Mas agora, perceberam que os cargos estão mais técnicos. Não se especializaram, não se preocuparam com o seu aperfeiçoamento pessoal. Preocuparam-se com lazer e entretenimento. Promessas certas de cargos, em 2018, viraram fumaça. Pessoas em quem confiaram, viraram as costas, pois, por sua vez, estão preocupadas com seu próprio futuro. Quase todos os conhecidos se encontram nesta situação.

Imaginem. Eles já possuem bons apartamentos e bons carros, mas se lamentam dizendo que não vão conseguir mais o carro do ano. Não admitem a perda do padrão por nada deste mundo.

Este é o triste destino de quem se apoia nos outros, se apoia em políticos e que não desenvolve autonomia e autoestima.

Alerta

Aos que estão começando a vida agora, dou um diagnóstico da situação. As coisas estão muito mais difíceis para quem quer viver escorado na política.

E vou mais longe. As coisas vão ficar mais difíceis em termos de emprego também. O número de pessoas que precisarão abrir seu próprio negócio vai aumentar. Os concursos ficarão mais raros e seu grau de dificuldade vai aumentar.

Estou sendo procurada para orientar seleções de pessoal cada vez mais rigorosas.

Os políticos são os novos deuses

É bom lembrar que a psicologia teve sua base herdada da Mitologia. Cada deus exibia um traço de personalidade humana, para que este traço ficasse bem nítido.

Os humanos da "modernidade" se acham muito evoluídos, mas regrediram ao estado de homens primitivos. Eles se apoiam firmemente a estes seres aparentemente cheios de poderes, que podem lhes dar conforto. O caso mais nítido, que com a devida licença às crenças de algumas pessoas, eu evidencio aqui é o de Lula. Para muitas pessoas ele é um Zeus poderoso, chefe de todos os deuses, a quem não se pode imputar crime ou culpabilidade.

Vejam como a nação brasileira mostra o seu lado primitivo.

Concluindo

O brasileiro precisa se desenvolver emocional e intelectualmente muito ainda. Desta forma conseguirá desenvolver sua autonomia e sua autoestima.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Fenomenologia do Comportamento Infantil no Brasil dois mil

Muito havia sido prometido para este século XXI. Tecnologia, a melhora da vida das pessoas e um amadurecimento e consciência que nos colocariam como raça altamente evoluída. Podemos reconhecer, neste tempo de agora, estas características ? Cumpriram-se as expectativas tão elevadas dos comentaristas ?

Uma clínica de psicologia fica suscetível ao contexto da época, com seus problemas e desastres, assim como qualquer outro tipo de atividade. Os recentes acontecimentos no Brasil, com esta avalanche de novidades na política, principalmente, nos surpreenderam em termos do comportamento desenvolvido por uma parte da população. A situação é tão grave, que alguns, mesmo sem dinheiro, vem se tratar e fazem empréstimos ou entram no cheque especial, pois estão muito angustiadas, gerando problemas no trabalho ou em casa, e sendo cobradas por suas atitudes. Vou me referir a estes indivíduos como "politicamente afetados", para facilitar a referência no texto.

Choro

É claro que um paciente amargurado, angustiado, não escapa de chorar durante a terapia. O psicólogo é, principalmente, um ouvinte por excelência. Mas o comportamento de muitos pacientes tem passado do choro de desabafo para o choro compulsivo.. Alguns estão até medicados por um psiquiatra e vem com a recomendação de também fazer terapia. Mas o motivo é novo.

Como eu disse, "uma clínica de psicologia fica suscetível ao contexto da época". O choro agora, frequentemente, está ligado ao fato do ex-presidente Lula estar preso. Estão espantados ? Os mais exaltados me perguntam: "Como é que podem ter prendido um homem tão bom e honesto como Lula ?" Meu papel não é responder. Eu pergunto a eles como veem a figura do ex-presidente, para comparar com os traços do paciente e trabalhar em suas personalidades e comportamentos.

Na época em que morreu Airton Senna, uma enorme quantidade de pacientes desenvolveu neuroses compulsivas, e choraram copiosamente, na minha frente. E o tratamento de alguns levou 4 anos. Foi um dos mais graves períodos para mim. Os pacientes me telefonavam (para os mais graves eu abri esta exceção) frequentemente. Eu não tinha smartfone e nem whatsapp para poder dar um apoio mais efetivo. Havia somente a secretária eletrônica.

Birra

Alguns extrapolam o choro e partem para birra, para aspectos políticos. Meu papel não é discutir política. Eu foco na causa: "por que isto está te incomodando tanto ?"

Os mais exaltados, se pudessem, chutariam as cadeiras da minha sala. Chegam a gritar. As cortinas ajudam a abafar o som. Coloquei tapetes por recomendação de amigos que gravam em canais de Youtube, e o efeito foi muito bom. Para terminar a sessão, tenho que acalmar estes pacientes por 10 minutos, para não saírem transtornados.

Figuras infantis

Uma parcela dos pacientes não chora. Eles exibem um outro lado: o irônico, o debochado. Fazem a figuração do presidente Bolsonaro como um palhaço. O palhaço é uma figura que revela muito sobre o imaginário infantil. Algumas crianças tem medo de palhaços, enquanto a maioria gosta muito deles, por serem a imagem daquilo que é engraçado. Já os homicidas, especialmente os matadores de policiais, tatuam a figura do palhaço no peito ou no braço. Ou seja, a criança tem uma identificação e gosta de palhaços. Somente um episódio traumático ou um estranhamento de alguma caracterização do mesmo produzem o medo que algumas delas tem por este tipo de figura.

Mas existe outro elemento, presente nas respostas que os admiradores de Lula dão em redes sociais, particularmente no Twitter e no Facebook). Vou reproduzir a expressão por que ela é a usada:

"acreditar em mamadeira de piroca"

Esta expressão é uma referência a um ato libidonoso, para diminuir os opositores de Bolsonaro. Mas é extremamente reveladora do que vai pela mente da pessoa que a profere. Nossas metáforas são os elementos que revelam nosso universo interno. O que a pessoa diz, e a forma como o faz se complementam.

Interpretação da realidade

O modo como estes pacientes "politicamente afetados" estão encarando os fatos políticos, divulgados nos jornais é uniforme. Eles creem num Lula TOTALMENTE INOCENTE. Bem, eu não colocaria minha mão no fogo por nenhum político, pois estamos no Brasil, e eu conheço profundamente os aspectos psicológicos deste povo, notadamente em cidades grandes, com todas as facilidades disponíveis.Não posso dizer nada sobre o comportamente em pequenas cidades, pois não é o meu contexto de trabalho.

O fato de fugirem, em sua interpretação, de um aspecto que é NOTORIAMENTE HUMANO, ou seja, do indivíduo poder ser tentado a ganhar um pouco a mais, e até de roubar uma diferença, como é o caso de nossos políticos, com tantos casos expostos no jornal, caracteriza uma FUGA DA REALIDADE e MESCLAR A REALIDADE COM A CRENÇA PESSOAL. Isto é conhecido como uma forma atenuada de ESQUIZOFRENIA.

Segure esta afirmação, enquanto vemos outro aspecto complementar.

Você já observou uma criança brincando. Os brinquedos e brincadeiras são antecipações das situações que ela vai encontrar em sua vida real. Quando estão brincando de polícia e ladrão (meninos) e com bonecas (meninas), elas mergulham naquele univberso que compuseram naquele momento, quase como se aquilo fosse a realidade. A comprovação vem quando você tenta tirá-los daquela atividade quando ainda não estão cansados e num estado de mergulho psicológico profundo. Eles choram até o ponto de fazer birra. É um estado bem próximo da esquizofrenia. Tirá-las da brincadeira é quase como lhes impor uma morte.

Portanto, unindo o aspecto que falamos da Interpretação da Realidade com o trauma do fim da brincadeira, chegamos à conclusão de que estes "politicamente afetados" estão em uma patamar de esquizofrenia. Compreendam por que estou assustada com o momento presente. Estas pessoas PODEM, sem dúvida, chegar a estágios extremados.

Não saber perder

Durante a campanha eleitoral de 2018, e mesmo nestes seis meses que a sucederam, os ânimos dos "politicamente afetados" se acirraram. Perder a eleição e ter o líder do partido a que a maior parte deles pertence (existem os militantes e os simpatizantes) preso simplesmente acabou com a estrutura
psicológica destas pessoas.

Esta parcela de indivíduos desaprendeu o que é saber perder.

Submeti todas elas à terapia dos jogos, e pude observar que a totalidade, não maioria, vejam bem, não sabe perder. Fiquei espantada, pois experimentos raramente dão unanimidade. Me perguntei se os brasileiros estariam todos assim, mas felizmente tenho tanto crianças como adultos em um nível normal quanto a esse aspecto.

Lamúria adolescente

Para esse grupo de pessoas, em análise, não é apenas a política que está ruim. Tudo, na vida delas, piorou com a entrada do presidente Bolsonaro. Adolescentes são assim. Como eles, os "politicamente afetados" já estão acordando mal humorados. Quem comia pouco passou a comer demais, e quem comia muito passou a não ter fome, pelo menos pela manhã.

Para se acalmar, os que fumavam estão fumando mais. Estão num permanente estado de ansiedade, e como disse no início do artigo, estão tomando remédios para diminuir esta condição. Nas redes sociais, estão colocando, compulsivamente, materialo defendendo o ex-presidente Lula, a ponto de prejudicar os estudos e até o namoro.

E, finalmente, neste aspecto, estão reclamando constantemente das coisas.

Regozijo com o mal dos desafetos

O indivíduo adulto aprende a pesar racionalmente os prós e contras, o valor das pessoas, a educação e o trato com os semelhantes.; Em especial, quando bem adultos, aprendem a não rir da "desgraça alheia", pois sabe que isto não lhe faz bem.

Os "politicamente afetados", a cada escândalo, cada falha do presidente, e agora do ministro Sérgio Moro, ficam como crianças quando estes fatos acontecem. Eles realmente acreditam que tudo vai mudar e Lula vai voltar. Depois de alguns minutos caem novamente no estado de ansiedade, achando tudo ruim.

Senso de proporção

Piaget, em sua teoria, diz que o amadurecimento é "a marcha do organismo em busca do pensamento lógico". As impressões são substituídas por conhecimentos racionais, frutos da experimentação formal e social.

O período que nos interessa é o chamado "Período Concreto" de Piaget, que vai de 7 a 11/12 anos, em que a criança começa a perceber um senso de proporção, expresso de forma excelente pelo experimento dos dois copos, um largo e baixo e outro estreito e alto, no qual se pede que ela tente dizer qual tem mais água.

O que isto tem a ver com o nosso indivíduo "politicamente afetado" ? Eu testo estes pacientes, para analisar como está o dano psicológico imposto aos seus sentidos e à sua razão, com a pergunta:

"Você tem noção de que estamos considerando quase 16 anos de governo ?"

Não peço que eles entrem em detalhes, mas que sintam a proporção de tempo em relação ao novo governo. Mas eles dizem que os "danos" deste governo são mais sérios. Esta é uma das perguntas chave com que vou testando a melhora ao longo do tempo.

Bem, a conclusão deste ponto (senso de proporção), é que os fatos afetaram a capacidade destas pessoas medirem a proporção entre as causas e efeitos e até da proporção entre os efeitos dos contextos anterior e atual, revelando mais uma vez a infantilização do estado do grupo analisado.

Síntese psicológica

Estes 8 fatores são os mais palpáveis para o leigo compreender o que está acontecendo com estas pessoas. Em suma, um processo de infantilização, que explica muita coisa de Brasil.

Confesso-me não surpresa e nem espantada, mas estarrecida com o retrocesso mental das pessoas frente à situação política atual. Até aqueles que podem minimizar os males para a nação, apesar de não procurarem tratamento, e de estarem em cargos chave, estão dentro deste grupo.

Quem assistiu a reunião do senado e a reunião da câmara com o ministro Sérgio Moro pode observar alguns potenciais individuos "politicamente afetados". Os vídeos disponíveis, se o leitor interessar, podem demonstrar os aspectos expostos.





quinta-feira, 13 de junho de 2019

No Brasil popular a, adoração a um ídolo

Os maus profissionais e os maus políticos prestam um serviço aos profissionais da psicologia. Devo agradecer a eles o movimento sem precedentes que provocaram em nossa clínica, e devo lamentar o estado emocional em que se encontra uma multidão de pessoas que confundiram os rumos de sua vida pessoal com os rumos da vida política nacional.

A finalidade aqui é tentar evitar um mal maior, como os numerosos casos de suicídio, de insatisfação geral desta multidão e de seu último estágio: a apatia total, dependência de medicamentos tarja preta e a perda da capacidade de relacionamento com os próprios familiares.

Ilustrando a contradição

Vou apresentar um cenário que ilustra muito bem a situação desta multidão de insatisfeitos, que expõe o estado em que se encontram:

Um rapaz tem o seu celular roubado por um ladrão muito conhecido no bairro. Sem ter chamado a Polícia, esta aparece. Os policiais param e interrogam a vítima. Esta diz o seguinte:

"Não quero dar queixa. Deixem o assaltante em paz. Não se metam."

Os policiais, é claro, perguntam:

"Mas como assim. Nós vamos atrás dele e recuperar seu celular. Por que você não quer ajuda, se ele te roubou ?"

Após hesitar muito, a vítima responde:

"Ele rouba a gente, mas de vez em quando deixa alguma coisa comigo, um dinheirinho, um saco de arroz, um refrigerante, ou outra coisa".

Está surpreso com algo que ocorre assim ? É essa a metáfora do estado mental de uma série vasta de pessoas que estão se consultando em nossa clínica.

Subvalorização do eu

Estas pessoas a que me refiro estão profundamente doentes com a derrota do governo popular de Dilma Roussef. O diagnóstico exato do estado de sua mente ainda é primário. O pensamento destas pessoas, que se voltaram para a adoração de Lula expressa uma "Subvalorização do próprio eu". Elas colocaram Lula num pedestal inatingível para si mesmas. Muitas tinham cargos políticos, estavam bem, estavam viajando e tinham cargos que as faziam se sentir importantes.

O adorador de ídolos, sejam políticos, músicos, atores, esportistas ou assemelhados, diz para si mesmo:

"Eu não vou conseguir me igualar, sequer me aproximar desta pessoa que atingiu tanta notoriedade".

Esta pessoa arrasta mais um ou dois, em seu caminho, e o resultado é uma corrente de adoradores que começam a promover, sem descanso, a imagem daquele ídolo.

E vejam, na situação que ilustramos acima, que mesmo o ídolo (ladrão conhecido no bairro) roubando um bem valioso da pessoa, do fã, este ainda quere afastar a polícia, símbolo da autoridade, da situação.

Conselho

A todos vocês, que estão nesta situação lamentável eu recomendo a procura de ajuda. Cada ser humano nasceu com capacidades e dons, podendo ser, após um trabalho de vida, com disciplina, seu próprio ídolo. É preciso recuperar o seu amor próprio, ou não podemos garantir nada em relação ao seu futuro.

Procurem ajuda.


segunda-feira, 3 de junho de 2019

Inveja - do ser e do ter

Já falei muito sobre a INVEJA, mas nunca tive tempo de escrever objetivamente sobre ela. Os artigos que encontramos falam mais da sua ética e espiritualidade do que propriamente da parte clínica. Limitam-se a dizer que ela é prejudicial, que se constitui em pecado, e dão conselhos absolutamente infantis para se livrar dela, ou pelo menos não pensar sobre ela.

Aqui eu pretendo tratar de um caso real, elucidativo, útil. O assunto é muito vasto, e podem esperar que retornarei a ele no futuro.

Remexendo as gavetas

Entre minhas centenas de gravações, devidamente autorizadas pelos pacientes, encontrei uma, de 10 anos atrás, que demonstra, em muito, a falta absoluta de lógica deste que é um Pecado grave da raça humana, e que levou ao extremo de se ver um irmão matando o outro, como no emblemático caso de Caim e Abel, que inaugurou o homicídio na raça humana. Mas casos como este são frequentes na divisão de heranças. Como dizia a música "Pecado Capital" de Paulinho da Viola (se não me engano), em uma estrofe:

"Irmão desconhece irmão"

Mas vamos ao nosso paciente, a que chamarei de João. João era um rapaz entre seus 40 e 50 anops, de origem pobre, cuja mãe e irmãos foram abandonados pelo pai, quando era ainda criança (terei que omitir a idade correta).

Na época em que veio se consultar em nossa clínica, ele o fez justamente para resolver mentalmente esta dificuldade que o atormentava (o abandono por parte do pai). Já se encontrava empregado, com a vida resolvida, tranquila e normal como a de qualquer trabalhador.

E nesta mesma época. eu, de minha parte, estava resolvida a ser um pouco mais ativa com os meus pacientes, deixando de só ouvir para também falar e fazer perguntas.

As primeiras sessões foram de coleta de dados. Origem humilde, alguns irmãos, a mãe, uma casa de favela, dividir leite, pão, arroz e feijão, e muita brincadeira. Mas começou a trabalhar bem cedo, vendendo picolé na rua. O estudo, por este motivo, ficou atrasado, mas no Brasil o supletivo resolve.

Mas notei que esta mágoa do pai ocupava cada vez menos tempo da terapia, em ritmo até acelerado, O assunto trabalho ficava cada vez mais volumoso. Eu tive a sensação errônea de que estava perdendo o foco do caso. Algumas vezes quase cochilei, pois, a todo momento, esperava que ele focasse na mágoa em relação ao pai.

Surge a Inveja

Como disse, a motivação e o foco da conversa, para mim, deveria ser sobre o Abandono ou Perda. Mas o assunto Trabalho, junto com o foco no dinheiro passou a ser cada vez mais frequente. Resolvi investigar esta linha de raciocínio, pois ai poderia pegar o real fio da meada do problema deste paciente.

João foi enumerando as aspirações absolutamente normais dos trabalhadores que se podem resolver, tendo dinheiro, como:

  • Veículo (já havia adquirido um bom);
  • Residência (pagava aluguel, mas dividia com um ou dois colegas fixos);
  • Viagens (já havia ido 2 vezes a Miami, viajava para ir a shows caros);
  • Baladas (2 ou mais vezes no mês);

Num determinado dia das sessões, bem a vontade, ele soltou a frase que me acordou:

"Eu queria ter o salário do meu colega"

Este colega ganhava mais do que ele (óbvio).

Fiquei muito satisfeita, não pelo tipo de pensamento, mas porque agora o caso adquiria cunho pessoal, e assim seria mais fácil ir a fundo no problema de João.

Enquanto um paciente está apenas falando de ideias, teorias e conceitos, podemos sempre desconfiar que está repetindo coisas que ouviu, que leu ou está querendo construir uma imagem politicamente correta de si mesmo. Agora, depois de citar um sentimento deste, em relação a um colega, podíamos afirmar que ele estava falando, sim, algo que vinha dele mesmo. Nem preciso dizer que terapia é um trabalho de paciência.

Comecei a questionar, desta forma, o paciente João:

"Você tem certeza de que ele ganha mais do que você ?"

Ele respondeu que sim, pois o colega era um Analista Financeiro, e ele um Auxiliar Administrativo. A empresa possuía uma norma que elucidava a distância hierárquica entre uma e outra carreira.

Perguntei:

"Ele é casado, tem filhos ?"

Ele respondeu que sim. Era casado de anos, e tinha um filho universitário. João nunca tivera filhos.

Sabiamente fiz a pergunta inversa a que outros profissionais teriam feito:

"Ele sabe como é a sua vida ?"

A pergunta que sempre se faz é "você sabe como ´pe a vida dele ?". Queria, com isso, provocar um choque na mente de alguém que estava, claramente, com sentimentos de inveja do seu próximo.

Após uns minutos, olhando admirado para mim, ele disse:

"Eu não falo da minha vida para os outros ?"

E eu:

"Mas você está especulando sobre a vida dele. Você se resguarda que invadam sua intimidade, mas não tem nenhum escrúpulo em especular sobre a vida do colega".

Ele começou a se explicar, na base das observações visíveis, acerca do colega, para poder tirar suas conclusões.

Perguntei:

"Ele se veste bem ?"

Ele explicou que o colega em questão se vestia mal, revezando apenas dois tênis, frequentemente não fazia a barba, usava um cinto velho e um casaco surrado no inverno.

Observei:

"Você repara muito nele, não ?"

E ele:

"A gente olha todo mundo no trabalho, todo dia."

E finalmente, fiz a pergunta que os profissionais fazem:

"Você sabe, realmente, como é a vida dele ?"

E João:

"Na realidade, com os detalhes, claro que não."

E então eu fui direta, até para desafiá-lo:

"João, você está é com inveja dele."

Ele sentiu enorme desconforto, inclinou a cabeça para o lado, como fazia quando algo não o agradava, e ficou olhando para mim. Quero ressaltar que não faço de minha profissão meio de subsistência. Psicologia não é comércio. Se o paciente desagradar do que falo, e assim não voltar mais, eu não estou aqui para mantê-lo, mas para ajudá-lo.

E fiz questão de fazer uma coisa que desse um tom bem dramático para aquele momento, que podia ser decisivo, na vida de João. Encerrei a sessão, e disse a ele que retornasse, se desejasse.

Ele saiu, fingindo normalidade.

O que aconteceu depois

João voltou. E voltou bem mais assertivo quanto ao seu problema. Confessou que o problema do pai já deixara de incomodá-lo a alguns anos. Este problema, já passado, serviu de ingresso apenas, para incômodos que ele sentia, e não sabia explicar direito.

Vendo minha sinceridade, vendo que eu não fazia o que fazia para "prender o paciente", ele colaborou para que, juntos, identificássemos o real problema dele, em relação ao colega.

A inveja dele residia muito mais no aspecto de seu colega ser o que era. Este fora educado por uma boa família, tinha personalidade, não ligava para bens materiais, era inteligente e comunicativo, sendo amado pelos colegas. O aspecto econômico contava menos, pois tinha colegas que até ganhavam mais, no entanto ele queria esquecer que existiam. Mas o salário ainda podia ser considerado como foco secundário.

João também era materialista. Combinando os aspectos, eu deduzi que, no fundo, ele queria, ou imaginava, que a infância do colega fora melhor que a sua, e ele queria tê-la tido. E o leitor pode constatar que isto é IMPOSSÍVEL.

Conselho que se dá ao invejoso

O Invejoso precisa descobrir o seu real valor, não em comparação com os outros, e sim o valor que o torna único na sociedade, Cultuar um ídolo, na juventude, é normal, como apoio. Depois, é preciso descobrir a própria identidade, pois senão corre o risco de arruinar a própria vida, ou a vida dos outros.







quinta-feira, 16 de maio de 2019

O Socialismo visto sob olho clínico

Aprendi que não devemos perder as oportunidades que nos são apresentadas, no correr de nossas vidas.

O momento social-político brasileiro está fornecendo terreno propício para a análise da psiquê do brasileiro. Quem observa este povo constata que ele é único. É o povo mais contraditório que já habitou a face da terra. E as provas tem vindo aos nossos consultórios. Vou citar algumas espécies de casos, todos com pelo menos 4 correspondentes em número de pacientes.

Ex-militantes do MST

Este tipo escolhi por serem mulheres, daí eu ter uma empatia e identificação, por também ser mulher.

A vida destas começou como cozinheiras ou professoras, que entraram no MST para auxiliar "aquelas pessoas necessitadas que ficavam acampadas".  Estas mulheres acreditavam que estavam sendo úteis. As cozinheiras não estranharam, à princípio, a constante disponibilidade de cestas básicas nos acampamentos (e trabalharam em mais de um, pelo menos. As professoras admiravam a organização dos acampamentos. O que aborrecia estas últimas era o autoritarismo, mas a níveis suportáveis. Algumas escolas de assentamentos, segundo essas mulheres, ganharam prêmios. Outras os ganharam pelos modelos agrícolas que adotaram.

Além do Autoritarismo, havia a constante insistência com a doutrinação das crianças em torno dos valores do socialismo, solidariedade e ênfase no coletivo. Em se tratando de um movimento popular, foi-lhes explicado que isto devia ser garantido.

Destas mulheres, pelo seu trabalho e engajamento, a algumas foi proposto partir para a militância mais séria. Já ganhavam um salário. A origem era a contribuição voluntária de 10% dos salários dos políticos do Partido dos Trabalhadores, acrescidos daqueles originários dos indicados pelo Partido para as estatais federais, estaduais e municipais, fosse em cargos de chefia, fosse em cargos de assessor. E na proximidade das eleições, era pedida uma contribuição maior, equivalente a um salário destes gerentes. Esta foi uma das principais razões que manteve estas mulheres no movimento. Em qual emprego se pode ter um salário garantido, com a assistência de um movimento presente em todo o país, com o público alvo interessado e fiel, e com a possibilidade de entrada no universo político.

Todas destacaram que como cozinheiras, diaristas ou professoras, no mercado de trabalho comum, não havia a possibilidade de entrarem no mundo político. A transição, é claro, exigia um sacrifício, em tempos de eleição. Ficar na porta de fábricas, empresas estatais, supermercados e outros estabelecimentos chave, determinados pelo movimento, distribuindo santinhos e tentando arrebanhar mais gente para o Partido.

Mas o que as trouxe ao consultório, já que desfrutavam de tanta "felicidade" e realização profissional ?

O Paraíso e a queda

Algumas delas ganharam cargos nas empresas estatais. Tudo começou a ficar muito bom. Puderam fazer tratamento dentário. Não fosse o salário de até R$ 16 mil reais, jamais sonhado por elas, ainda havia o Plano de Saúde, geralmente muito bom. Puderam adquirir boas roupas. Ainda havia o Vale Refeição e o Vale Alimentação.

A aceitação pelos empregados das empresas onde acharam abrigo foi fria. No movimento, o calor humano prevalecia. Mas o dinheiro ia acertando a vida da família. Tiveram acesso ao crédito fácil da Era Lula e da Era Dilma. Algumas só pegaram a fase Dilma.

Mas como quando mais se tem, mais se quer, elas se descontrolara, no entusiasmo do crédito do cartão. Não sabiam que política é a arte de atender interesses. Era preciso dar lugar ao máximo de pessoas que se sacrificaram pelo partido. Algumas eram exoneradas, com a devida recompensa, maior parte para cobrir o saldo dos empréstimos. A maior parte voltou ao movimento, mas algumas se magoaram, e voltaram à vida normal. Mas a família cobrava pelos benefícios financeiros de antes. A vida em família se tornou tensa, até que a família se acostumasse com a situação menos favorecida.

É preciso preparo emocional para sair de uma situação de conforto para recair na vida simples. Nenhuma fez uma poupança, pois acreditavam que os cargos durariam para sempre. A única poupança foram algumas amizades sinceras, sejam físicas, sejam virtuais.

Estas mulheres dissertam textualmente:

"Pudemos comprar os melhores perfumes, as melhores roupas, reformar a casa" ou "tivemos vida de ricas por uns instantes".

As que realmente tem a vocação social voltaram aos acampamentos, e sabem que podem ter uma nova chance. Porém, as mais materialistas se ressentem fortemente da ascensão e queda num espaço de tempo que não foi o suficiente para fazerem uma poupança. Sobre estas o efeito do salário alto foi muito grande.

Perguntei se não tinham motivação para fazer algum empreendimento. Apenas uma admitiu a hipótese de abrir um restaurante.

Hipóteses

O número de casos me permite concluir que não foi propriamente o dinheiro que as seduziu. Eram pessoas, a princípio, solidárias. Os depoimentos deixaram transparecer a vaidade da aparência pessoal. Tem saudade do tempo que podiam entrar numa loja e comprar uma boa roupa, ou ficar por até 4 horas num bom salão de beleza, sendo paparicadas e ficando bonitas.

Uma constatação ruim, a meu ver, é a eterna fraqueza humana. Elas perderam, em sua maioria, o interesse pelo social, se preocupando mais consigo mesmas,

E, estejam atentos, assim como estas vieram com problemas psicológicos ao consultório, existem muitas outras que permanecem no caminho do social, a espera de uma experiência com o conforto.

Em outro artigo poderei expor mais impressões em relação a outras situações deste momento conturbado da vida nacional.


sábado, 9 de fevereiro de 2019

Visão prática da Autoridade

Um consultório de Psicologia é o termômetro do estado emocional da sociedade. Nossa sociedade sofreu um profundo baque como resultado da transição da tendência anterior de governo (mais socialista) para a atual (mais conservadora). Velhos porem lapidares valores voltaram à discussão. A sociedade brasileira parece estar numa "guerra fria". Amizades tem sido desfeitas, pois aspirações e comportamentos que estavam escondidos se fizeram revelar, por causa das discussões políticas.

Um dos aspectos mais doloridos com o qual tenho me deparado diariamente, a partir desta mudança de governo, tem sido a relação das pessoas com a Autoridade. De um lado temos aqueles que, provavelmente, estão bem resolvidos com o retorno deste valor, pois não tem vindo resolver este conflito, e do outro lado temos o grupo que enche nossos consultórios, pelo fato de apresentar uma exacerbação deste conflito, que gera mal estar frente à atual situação, com consequências físicas.

Vou procurar mostrar, aqui, as peças estruturais que se conectam à Autoridade, suas derivações pelo exagero e suas relações com as emoções.

Autoridade e Sociedade

Antes de prosseguir, é preciso explicar a natureza do modelo de Autoridade. Inicialmente, a Autoridade é um modelo que age de fora para dentro. Ou seja, a vida em Sociedade é que gera as relações de Autoridade.

Posteriormente, à medida em que o indivíduo amadurecc, ele descobre que pode ter Autoridade sobre si mesmo, isto é, o DOMÍNIO PRÓPRIO. Esta é a forma final do modelo de Autoridade, que torna o indivíduo resolvido e, como consequência de ser reconhecido como maduro, uma pessoa extremamente feliz.

Aversão pela Autoridade

A aversão pela Autoridade pode apresentar elementos de repulsa por relações afetivas mal interpretadas. Existe a confusão da Autoridade com o Pai (em primeiro plano) com a mãe (em segundo plano, ou pela ausência física ou emocional do pai), ou com o principal Tutor na vida da pessoa.

Esta aversão pode se dirigir para figuras públicas notórias que tem o Poder, desde políticos até artistas que tenham alguma influência, não nos esquecendo dos líderes religiosos.

Autoridade e Autoritarismo

A Autoridade tem derivados prejudiciais e ilegítimos. Se a Autoridade existir apenas como uma personalidade "virtual", ela permanece pura. Acontece que a Autoridade possui uma personalidade humana. Existe a Autoridade e existe o seu Agente (um chefe, um gerente, um sargento, um prefeito, um governador, um almirante, etc).

Quando um agente personifica a autoridade, temos realmente um grupo social que vai colocar em prática alguma coisa, seja um Serviço, seja um Processo. O derivado prejudicial da Autoridade surge quando ela é exercida por um Agente, geralmente uma Pessoa. E as Pessoas possuem, entre os seus atributos, entre as suas qualidades, uma coisa chamada Vaidade. Se a Vaidade é mantida em seus níveis normais, temos uma Autoridade. Se a vaidade passar dos limites toleráveis, a Autoridade passa a ser conhecida como Autoritarismo:


A Vaidade pode aflorar por Transtornos, Ódio aos subordinados e por qualquer outro distúrbio de comportamento que acione os mecanismos destrutivos do Agente da Autoridade. Por isso as relações de Poder que emanam da Autoridade sobre subordinados ou liderados deve estar condicionada por um conjunto de Regras.

Hierarquia

A Hierarquia é uma cadeia de comando necessária para definir os graus de Responsabilidade. Responsabilidade é algo que não vamos explicar agora. A Hierarquia se torna proporcionalmente necessária à medida em que aumenta o número de liderados.

Influência

Em vista do assunto tratado, vamos abordar a Influência apenas sob o ponto de vista da Autoridade. Se a Autoridade for "seca", ou seja, tiver ascendência sobre os liderados apenas pelo exercício do cargo, ela pode não obter daqueles o resultado desejado. Ela poderá ter o poder, mas nunca o engajamento dos graus hierárquicos inferiores.

Para isto, será preciso que o Agente da Autoridade tenha a habilidade, isto é, inteligência emocional para construir uma relação de empatia com os liderados. Este respeitarão o Agente da Autoridade, tornando-se disponíveis, eficientes, leais e, por consequência, produtivos.


A Influência pode se dar simplesmente pela Razão, ou seja, os subordinados reconhecem que tem que obedecer e isto lhes basta. Mas quando existem vínculos Emocionais, como Afeto, Admiração ou até Amor, os efeitos são muito maiores, como já explicamos:


A relação de Amor a que nos referimos nada tem a ver com paixão, que poderia atrapalhar as relações entre o Agente da Autoridade e os liderados.

As Regras

Como toda relação de dependência, e principalmente relação humana, o exercício do poder deve ser regrado, para evitar uma influência prejudicial entre Líder e Liderados:


Não existem relações sociais, principalmente profissionais, sem Regras, sejam tácitas ou escritas. As Regras coíbem o Autoritarismo, apesar de que ele sempre se encontra à espreita.

Liderança e Carisma

A Liderança é uma Relação de Autoridade que vem pela Razão. Já o Carisma é uma Relação de Autoridade que vem pelo Afeto ou pelo Amor e que, como dissemos, produz os melhores resultados em uma equipe.


Palavras finais

Fique atento, em sua organização, às corretas Relações de Autoridade, para que se deem sob limites bem definidos por Regras, para evitar os problemas emocionais, a queda de produtividade, e a exacerbação que conduz os líderes ao autoritarismo.