Entre os indivíduos adotados, a quem é dado conhecer este fato, lá pelos 12 a 15 anos eles revelam a curiosidade de saber a sua origem, geralmente materna. Nisto a +Esther Marduk poderá opinar melhor q eu. Esta origem se encaixa nisto que conhecemos como História ? Podemos existir sem uma memória ?
Ao procurarmos respostas para estas perguntas, poderemos explorar as Raízes Históricas do indivíduo. Comecemos por Adão.
O homem solitário Adão
Adão não sabia ao certo de onde veio. Ele é o único protótipo de indivíduo que poderia dizer que fez a sua própria história pessoal sem influências. Geralmente, da pessoa normal, nascida de pai e mãe presentes, se diz que sua personalidade é mais ou menos metade da mãe e metade do pai. No caso de Adão não podemos dizer isto. Sua educação veio inteiramente das "pistas" deixadas para ele nos seus dias no Jardim. Uma pessoa sem impressões padrão de pai e mãe precisa de fatos marcantes na sua história pessoal para se sentir um pouco definida que seja.
Adão sequer precisava plantar à sua volta para se sustentar, antes do episódio que trouxe sobre ele a lei de tirar seu sustento com o seu próprio suor. Que motivação uma pessoa desta teria ?
Graças ao seu pouco tempo no Jardim, sua curiosidade em descobrir as coisas daquele jardim lhe davam esta motivação. E, provavelmente, quando ela estava acabando, Deus lhe deu Eva. Não precisamos discorrer sobre toda este convívio. Precisamos apenas chegar ao ponto da experiência traumática do casal ter sido repreendido por Deus. Foi esta repreensão, pelo símbolo do Pai, que deu a Adão e sua esposa o FORTE SENSO DE IDENTIFICAÇÃO, pelo qual conhecemos ambos até hoje, passados tantos anos.
Então, sua História Pessoal foi definida e construída sobre este evento. Ser nascido de pai e mãe pode definir nossa origem, mas nunca aquilo que vamos ser. O que vamos ser depende das experiências, geralmente as mais traumáticas, que teremos na vida.
Memória
Pelo exposto anteriormente, é a fixação de eventos determinantes da vida em nossa MEMÓRIA que definem o que nós vamos ser, ou vamos ter como marcos que definem nossas formas de reação perante as situações.
A medicina tem em Henry Gustav Molaison (o paciente M) o modelo do homem sem memória. Submetido a uma cirurgia para acabar com suas convulsões após um acidente, ele teve uma parte significativa do hipotálamo extirpada, impossibilitando-o de formular novas memórias. Ao receber os familiares em seu quarto de uma clínica, ele sempre os cumprimentava como se fosse a primeira vez que os visse. Sua identidade frente à História de seus parentes, parte de sua própria história, era nula.
É preferível ficar com o Mito
Realmente nunca poderemos saber como é a sensação de estar sozinho ao extremo. Nenhum de nós já deve ter parado prá pensar nisto. Já nascemos influenciados, acompanhados, vigiados.
Por exemplo, fico pensando como desenvolver uma personalidade sem pessoas à nossa volta. É como nem estar vivo. A nossa existência precisa ser "confirmada", eu entendo assim. Concordo com a existência de um "Mito Adão". Assim deve ter sido escrito para descrever este tipo de situação.
Como já foi dito, acertadamente, somos o q está na nossa memória. Se a perdermos, é preciso q tenhamos feito coisas significativas para estarmos na memória dos outros. Desmemoriado, eu deixo de ser alguém prá mim mesmo, mas continuo sendo o que fui ou o que sou prá quem se lembra de mim.
A intenção de mostrar o valor da história, a pública, esta escrita para todos, é muito válida. Os jovens de hoje perguntam para que estudar o que aconteceu no passado. O que eu estou vendo crescer é uma massa de gente sem consciência histórica. Eles veem o q está acontecendo hoje na política, e comentam o presente sem conhecimento do que foi feito para nós chegarmos até aqui. E, consequentemente, falam muita bobagem. Basta ler as discussões da Internet, e dos mais variados assuntos. Chegamos ao cúmulo de comentarmos algo da história e vir um tolo falar que o que falamos não existiu.
E concordo inteiramente com a força do mito. Não importa mesmo quem foram estas pessoas, e nem se realmente existiram. Importa é o mito produzido, pois é de elaboração coletiva. Podemos ter até mentiras, mas o que existe, no final, é a verdade coletiva. A massa de pessoas é que propaga aquilo que é será estabelecido como verdade. Não deixa de ser assim. Os que pensam são minoria.
Muitas das revisões que são feitas hoje, por autores que até gozam de crédito, são feitas com o intuito de se opor à verdade inicial. Os alemães fizeram muito isto, por serem um povo que estuda muito todas as áreas do conhecimento, mas em busca de notoriedade. Esta tendência dura até hoje no bordão da National Geographic:
"MAS SERÁ QUE ISTO ACONTECEU ASSIM MESMO ?"
Ultimamente deixei de assistir aos documentários tanto deste canal quanto do History Channel, pois o intuito deixou de ser a pesquisa séria para se transformar em revelações sensacionalistas. Você conversa com alguém instruído sobre alguma coisa já bem pesquisada, como a Bíblia, e vem logo alguém dizer que assistiu um documentário que desmente a visão dominante.
Então, se os acontecimentos ficaram muito atrás no tempo, O MAIS SEGURO É FICAR COM O MITO MESMO.
O poder do MITO
Eu noto o desprezo dos comentaristas, principalmente os ateus, em relação aos Mitos.
Primeiro que ao dizer que algo é Mito, não se está depreciando este algo. Pelo contrário. Se foi estabelecido como Mito, é o mesmo que canonizar um Santo. Nos filmes políticos vemos muito um personagem que está tramando a morte de alguém que está incomodando ser repreendido por um outro que geralmente diz:
"Se você fizer isto, vai transformar fulano em mártir."
Como é o mecanismo de criação do mártir ?
Líder entre os vivos => Morte => Enterro com honras => Aniversários da morte => Divulgação de seus ideais => MITO
Se nesta discussão alguém vem falando que Jesus é um mito, infelizmente não está destruindo a lembrança de sua figura, mas reforçando na mente das pessoas alguém que reúne um determinado número de atributos humanos considerados como ideais.
Nós, os "não mitos" seremos esquecidos, e os Mitos serão registrados na história da psicologia, da biologia, etc.
O Mito, por exceder, pelo seu exagero, qualquer humano comum como nós, se destaca como mais. Vejam o exemplo das companhias petrolíferas. Estas já são um destaque por produzirem o bem responsável pela produção de energia para veículos. Vejamos o caso da Shell, que já está neste ramo privilegiado. Se ela acabar hoje, se transformará num mito por muits anos. Mas a Shell um dia realmente existiu, diriam. Mas eu digo que, no futuro, poderemos ter gente que vai negar sua existência, ou diminuir a sua importância no tempo em que existiu, pois as pessoas estão constantemente fazendo um revisionismo que eu classifico como doentio, pois a negação se transformou numa espécie de poder por parte das pessoas que não realizam nada, ou realizam pouco.
O criticismo e o revisionismo
Hoje, justamente na sociedade da informação e informática, a História de nossos antepassados está sofrendo uma perigosa revisão. Nossa sociedade foi construída sobre determinados mitos, e estes fizeram nossos valores. Todos conhecem figuras simbólicas como "Complexo de Édipo", Calcanhar de Aquiles e outros. Não importa se Édipo ou Aquiles existiram como pessoas, nem o lendário Narciso. Podemos caracterizar as pessoas usando estes símbolos. Eles são mais fortes do que pessoas que existiram, mas não se expressaram com a força necessária para que pudessem ser lembradas (Memória).
Édipo, Narciso, Aquiles, Moisés, Adão, Jacó, e muitos outros não fizeram parte direta de nossas vidas, mas talvez sua existência tenha mais força do que a de primos, tios e outros parentes, que não contribuíram em nada para a nossa vida, por meio de ações significativas.
Tentar desqualificar estes personagens com o rótulo de mitos ou lendas é fortalecê-los ainda mais na história de nossa sociedade, pois superam as pessoas comuns, que só fazem o suficiente para viver, e não contribuem para a História.
Jesus será famoso por muitos milhares de anos, justamente pelo fato de discutirem incansavelmente se existiu ou não. Nisto reside o erro dos humanos mal intencionados. Ao tentarmos destruir um ícone, o número de peças remanescentes só aumenta.