Não vamos ensiná-lo a ficar rico, não vamos ensinar como ganhar dinheiro e nem como mantê-lo. Nossa abordagem será o lado psicológico.
O pão duro
O indivíduo "pão duro", que "não abre a mão prá nada", é um exemplo de manifestação da relação da pessoa humana com o dinheiro. Este se divide em dois tipos:- O que diz que não distribui aquilo que suou tanto para ter;
- O que, depois de ganhar o dinheiro, não se admite gastar, pois sente culpa por ter mais que os outros;
- O que tem amor ao acúmulo de riqueza;
O rico
Existe um quarto tipo que deve ser enumerado agora, para não perdermos a sequência de tipos:- O que nasceu rico, e que se sente culpado por ter mais que os outros;
- O que nasceu rico e que ajuda os outros sem culpas;
- O que ficou rico, sabe da dificuldade que enfrentou, e que só gasta naquilo que compensa;
O normal
O indivíduo normal ganha o seu dinheiro, gasta moderadamente consigo mesmo e também dispõe de seu dinheiro em prol dos outros eventualmente.Comentário
Estes transtornos não são artificiais. Você diria que a invenção do dinheiro é que gerou isto. Não. O advento do dinheiro, ou seja, da moeda, apenas fez aflorar um aspecto psicológico que já existe latente dentro do ser humano, muito comentado, o egoísmo e o amor próprio.Dentro dos tipos, para o fim deste artigo, vamos discutir o mais angustiante:
- O que, depois de ganhar o dinheiro, não se admite gastar, pois sente culpa por ter mais que os outros;
Friederich Engels
O pai de Friederich Engels montou uma tecelagem nos tempos da Revolução Industrial, na Inglaterra. Como todo empresário, naquela época, oprimia os seus empregados, pagando pouco e explorando ao máximo os seus empregados. Isto não passava desapercebido do jovem Engels. E sua culpa interna pela opressão que o pai exercia sobre os empregados chegou ao nível de produzir em Engels a identificação com os empregados.A identificação de Engels com os empregados da fábrica de seu pai foi tão forte, que ele se casou com uma das trabalhadoras mais rebeldes desta fábrica: Lizzie Burns. Ele via claramente a diferença de condições econômicas entre o pai, patrão, e os empregados. E isto o incomodou profundamente.
Em Karl Marx, Engels achou mais um apoio intelectual e psicológico para o seu "complexo". Karl Marx teve um papel tão determinante em sua vida, para o aliviar deste fardo psico-social, que Engels passou a ajudá-lo financeiramente, pois a profissão de jornalista rendia pouco, quase nada, para Marx.
A síndrome
O que chamamos aqui de "síndrome de Engels" é este complexo que acompanha algumas pessoas que tem muito dinheiro. Caracteriza-se por uma sensação de empatia acrescida de uma culpa não adequada, pelo fato deste ter aquilo que o outro não tem.E então, com o intuito de ajudar a estas pessoas, que sofrem caladas, ou ingressam no engano de achar que a a sociedade está errada, ou que eles mesmos estão erradas por terem mais que os outros, e começam a inventar desculpas teóricas ou formulam ideologias que pretendem fazer a perfeita divisão dos bens que o mundo disponibiliza.
As pessoas não são iguais
Dentro de cada um de nós a natureza deixou uma identidade biológica inquestionável da particularidade de cada um e de sua identidade na existência: um conjunto de pequenos filamentos de DNA em cada uma de nossas trilhões de células. Se o nosso interior biológico, que abriga aquilo que chamamos de alma (movimentadora do ser, e não associada a crença), possui uma assinatura ÚNICA, isto significa que somos diferentes uns dos outros.É um engano acreditar que, pelo fato de construirmos uma sociedade, com língua e costumes comuns, pelo menos socialmente somos iguais. Não somos, e os eventos históricos que suscitaram disputas ideológicas, até se transformarem em conclitos armados, provam isto.
Existem pessoas dispostas sadias, doentes mas dispostas, sadios preguiçosos, sadios empreendedores, sadios com vocação para obedecer ordens, sadios para dar as ordens. Existem milhares ou milhões de combinações de características individuais que produzem esta variedade enorme de pessoas que vivem à nossa volta.
A cura para a síndrome
Para se livrar da síndrome, pense nisto, uma verdade simples da natureza: as pessoas não são iguais em seu ânimo, em suas impressões do mundo, em suas manifestações filosóficas e psicológicas.Nenhuma doutrina, nenhuma lei, nenhum regime político vai igualar as pessoas, a não ser que promova uma lavagem cerebral coletiva em um povo específico.
Não se culpe se tem mais que os outros, nem se revolte em ter menos que alguns. A natureza foi soberana ao criar a humanidade, e gravou em seu DNA como você seria.
E se você tem pouco, procure se esforçar, trabalhar, vença suas fraquezas, aprenda a controlar suas angústias, e procure um consultório de psicologia, e não um partido político.