sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Da Intenção até o Ato - De bem intencionados o Inferno está cheio

Existe um ditado antigo que diz:

"De bem intencionados o Inferno está cheio"

Nosso objetivo neste artigo não é mostrar o sentido do ditado, nem se está certo ou errado. Queremos apenas mostrar a cadeia de impulsos humanos que levam o indivíduo a caminhar por este túnel que vai da intenção ao ato.

Para demonstrar nosso objetivo, contaremos com o auxílio da figura a aseguir:



Manutenção do ser/sobrevivência

O homo sapiens pode se jactar de ser o que de melhor existe entre as espécies, mas jamais deixa de ser um animal. Ele apresenta anseios dos mais nobres aos mais extremamente perversos, como atestam os nossos telejornais. No mais íntimo de nossos mecanismos internos de vida existe o inexorável MEDO. E o tempo todo temos uma parte de nossa consciência que nos avisa constantemente de possíveis AMEAÇAS.

Nossos Medos e a consciência de que existem Ameaças potenciais ao nosso redor compõem a nossa ideia subconsciente mais dominante e pela qual lutamos constantemente: nossa SOBREVIVÊNCIA. Esta ideia é a conexão entre o nosso CORPO e a nossa MENTE. Fazendo uma experiência hipotética, se não tivéssemos um corpo que pudesse ser prejudicado por agentes externos, não teríamos Medos e nem sentiríamos que estamos sendo Ameaçados. O Sofrimento para quem tem um Corpo é o sentimento de DOR física.

E, para evitar esta DOR, o indivíduo acostuma a fazer avaliações do ambiente, adquirindo cada vez mais conhecimento de situações em que ela possa aparecer e incomodar. E dependendo do grau de conhecimento que a pessoa adquire em relação às possíveis ameaças do ambiente, que podem influir no seu instinto de Sobrevivência, as respostas do indivíduo para a sua CURIOSIDADE podem ser atrasadas ou completamente bloqueadas, influindo inexoravelmente sobre as suas INTENÇÕES.

Como um "parente" da Sobrevivência e da Curiosidade, temos o Sexo, esta função ora Reprodutiva, ora representante do prazer carnal. Sua representação aqui está submetida às etapas intermediárias até o ATO, mas em certas condições, e em certas pessoas, e em certas épocas, ele pode se apresentar como a seguir:


O Sexo pode ser classificado tanto como fator aparentado da Sobrevivência (manutenção da espécie) como Curiosidade (experimentar algo novo) como busca pelo Prazer carnal. Não importa, aqui, classificá-lo corretamente, até porque é uma das forças mais enigmáticas da natureza, mas apenas mostrar que, em certas situações, ele pode transpor as duas barreiras da Ética, e se consumar de forma pouco razoável.

Intenção

Se uma necessidade de Sobrevivência ou um contexto de novos conhecimentos ou desconhecido provocar o estado Consciente em uma pessoa (Curiosidade), temos a próxima etapa de estímulo do ser humano. No entanto, ainda podem surgir inibições, no caso da Curiosidade, relacionadas às possíveis ameaças que esta nova situação possa sugerir ou acarretar.

Não havendo inibições, ou sendo o grau de Curiosidade elevado o suficiente para superá-las, a etapa de Intenção é atingida. Esta etapa precisa superar uma barreira muito comum nos ser humano: a PREGUIÇA. Ela é classificada no senso comum como um dos "pecados capitais". Caso não existisse, vencidas as inibições da ética e avaliações de risco, e o indivíduo partiria para o ATO sem titubear.

Vejamos a frase de Santo Tomás de Aquino a respeito da Intenção:

"A intenção designa um certo ordenar-se ao fim [ATO]. Ora, ordenar é próprio da razão. Logo, a intenção pertence a esta e não à vontade."

A Intenção, segundo ele, submete-se à Razão, pois existe uma série de pesos e medidas de que a mente toma conhecimento e aplica para dizer "estou querendo fazer isto". Mas pelo que Santo Tomás coloca, o QUERER já aponta para ATO, mais que Vontade. Ele considera que vislumbrar o Ato já tem em si embutida uma Ordem.

Então, na forma de pensar de São Tomás, a Intenção já é quase que uma Decisão tomada, diferentemente do exposto em nosso modelo. Colocamos a opinião dele aqui para que o leitor compreenda que estamos sendo, de certa forma, flexiveis em nosso ponto de vista.


Decisão

Uma vez que a Intenção foi achada com suficiente concordância entre Intenção e Ética Local, o indivíduo pode tomar uma Decisão. CADA UM DE NÓS É O JUIZ DE SUAS AÇÕES. Existe a Ética Local, resultante das Leis do país ou do Estado (como no caso americano), Costumes e Tradições. Todo indivíduo com consciência é imputável em relação às suas decisões, pois as vizinhanças em torno de si VIVEM PROPALANDO O QUE É CONVENIENTE OU NÃO. Somente problemas mentais, que afetem o estado de consciência podem fazer com que o indivíduo salte esta etapa, ou a faça com base em impressões, e não raciocínios decisórios.

ATO

Esta é a etapa nobre e produtiva do que começou como uma Necessidade ou Curiosidade perante um contexto estimulante. É a fase que, havendo a disponibilidade de forças do aparelhamento biológico, o indivíduo perpetra a ação. Não há muito o que expor sobre algo tão objetivo.

Preguiça

Quando se diz que o que nos caracteriza são nossos Atos, isto já é uma medida do nosso grau de preguiça. Um grau alto de preguiça paralisa a transição entre Intenção e Decisão ou entre Decisão e Ato.

Primeiro Ato

Quando um ATO está sendo executado pela primeira vez, as fases de superação da Intenção e da Decisão ficam prejudicadas, a primeira pela falta de Conhecimento necessário, e a segunda pela falta de uma Ética já elaborada para tal situação.

Relembremos o caso da Bomba Atômica. O fator escolhido como predominante se baseou na Ética do Menor Prejuízo, ou seja, se não fosse aquela medida de extrema força, a Guerra no Pacífico estabelecida na Segunda Guerra Mundial, provocaria um número de mortes muito maior do que as contabilizadas na explosão da própria bomba em si.

Ou seja, para o Primeiro ATO de uma espécie, é preciso definir uma Ética de momento, em meio a uma crise. Convocar um grupo de trabalho internacional para definir a ética de um Ato que só teria um bom efeito se garantido o segredo absoluto é uma enorme contradição.

Conclusão

Pela complexidade dos eventos que precedem um ATO, o homem consciente não tem como dizer que não sabia o que estava fazendo.
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Bibliografia:
An Introduction to Psicology - James Rowland Angell
Introdução ao Estudo da Psicologia - Ana M.B. Bock, Odair Furtado e Ma. de Lourdes T. Teixeira









terça-feira, 2 de dezembro de 2014

As gerações 80 e 90

O Brasil tem uma história própria muito curta.

Somos uma nação realmente independente somente após a posse do famoso presidente Prudente de Morais. Como este tomou posse no fim do ano de 1894, odemos dizer que a real história de nossa República, e portanto do Brasil como "indivíduo", sótem 119 anos.

Estes 119 anos não são nada se comparados aos 2041 anos da Europa ( considerando o nascimento do Império Romano apenas, pois levou a administração a todos os pontos do império no Continente Europeu). Se compararamos este dado com os 5774 anos de existência do povo hebreu, a coisa fica muito mais significativa. Somos um país recém-nascido.

República e nação

Uma República só se consolida verdadeiramente se for constituída por um povo que, em si, seja uma Nação. Uma Nação se constitui de um povo que tem costumes culturais, rituais, ideais e heróis consistentes. Os hebreus, como um povo, levaram estes 4 requisitos ao ponto de torná-los conhecidos pelo mundo inteiro. Os americanos cultuam seus heróis, tanto os reais de sua história quanto os da ficção, de forma sólida e efusiva, Estes heróis desua ficção se espalharam pelo mundo inteiro por intermédio das histórias em quadrinhos.

E o Brasil ? Perguntamos.Quais são os nossos heróis ? Quais são os nossos ideais ? Encontramos alguns costumes, mesmo assim copiados ou adaptados dos nossos colonizadores portugueses, no Nordeste. No Sul os costumes são, em grande parte, herdados dos italianos e alemães.

Na parte mais desenvolvida do Brasil, o Sudeste, os costumes são, em sua maiioria, herdados dos americanos. Ultimamente, estamos importando o Halloween, o Black Friday, a música Country forçadamente hibridizada com a música sertaneja, numa mistura indigesta e de baixíssima qualidade. Talvez por este motivo faça tanto sucesso. Os produtores musicais tem um ditado que diz: "se uma música for ruim, basta colocar para tocar até que o povo comece a achar que ela é boa". Deve ser por isto.

Como diria Renato Russo, QUE PAÍS É ESSE ?

Nosso modelo previdenciário é cópia deslavada do modelo americano. Os nossos padrões de roupa informal são americanos, bem como o modelo de Shoppings.

Através da informatização, os modelos visuais e os padrões de uso incorporam criações americanas oriundas da Microsoft e IBM. Somos um gigante industrial que não tem sequer uma marca de veículo nacional. Somos escravos de marcas como Chevrolet, Ford e Volkswagen.

O material humano

Deve ser pelos motivos anteriormente apresentados que a geração de brasileiros nascidos nos anos 80 e 90 tem se apresentado tão duvidosa em suas aspirações, ideais, comportamentos e em comprometimento.

Um dos indicadores de consciência em relação a si próprio é o de incidência da AIDS. Lembrem-se das numerosas campanhas e da massiva onda de informação em torno da prevenção, estamos vendo os índices de contaminação por AIDS aumentarem entre os jovens (nascidos em finais dos 80 e nos anos 90). Imaginem, algo que era uma praga mortal, e que assustou artistas e pessoas de vida sexual um pouco mais ativa que o normal, agora é simplesmente ignorado pelos jovens. Será que é por causa do coquetel que CONTROLA a doença ? Será que a doença que tem cura pode ser experimentada livremente ?

Algo semelhante ocorre na educação. Hoje não existe aquela dificuldade de acesso à escola e ao material escolar dominante antes dos governos populares. São muitos os programas educacionais para colocar quem não tem muitos recursos em uma escola, e muitos são os incentivos sociais para manter os alunos na escola.

O que trouxe o estado de bem-estar

Mas como os alunos vem reagindo a este bem estar social e escolar ? Foi uma enorme coincidência a tecnologia ter dado à esta nossa época o celular, e junto com ele a possibilidade de se ter a Internet nas mãos. O resultado foi a abertura de um canal de conexão com a rede mundial de computadores de dentro da sala de aula.

E como este bem estar não vem necessariamente acompanhado de boa educação, os alunos, muito mais estimulados pela comunicação social do que pela motivação ao estudo, passaram a ignorar o conteúdo dado em sala de aula, e se dedicar mais aquilo que lhe dá prazer.

Futuro ? Para que pensar nele se o Estado Brasileiro vem facilitando tudo para o estudante, com programa Jovem Aprendiz, Bolsa Escola, Poupança Jovem, Bolsa Escola, PRONATEC, ENEM para entrar diretamente na faculdade de acordo com a nota, cotas para minorias e outros dispositivos ?

E se não conseguir evoluir nos estudos, pelo menos a comida está garantida em casa pelas Bolsas e Vales governamentais. Jovens que foram às ruas pedir reformas e fim da corrupção, entre outras coisas, não podem fazer nem a sua obrigação, que é ESTUDAR.

Formação Acadêmica

Os sinais da má formação estão patentes e registrados. Basta ver como os estudantes escrevem e argumentam mal na Internet no Facebook, Youtube e blogs. Os argumentos são apoiados no senso comum, citando apenas fontes jornalísticas (e não periódicos e livros) e de baixíssima complexidade. As construções frasais de universitários são pouco mais desenvolvidas do que a dos alunos do ciclo básico. Fatos brotam da cabeça dos estudantes sem apoio na realidade dos conhecimentos gerais. Mesmo com todo o Universo da Internet disponível, eles não se dão ao trabalho de pesquisar pelo menos 3 fontes sobre aquele fato em evidência. As comparações são confusas e mal relacionadas. As conclusões são lineares (uma causa, um efeito).

E o pior são os erros de escrita. A gravidade está em não conseguir usar a língua materna e de uso cotidiano. Escrever é o MÍNIMO exigido.

Como resultado no Mercado de Trabalho, as empresas já consolidadas procuram profissionais das áreas de Engenharia, Informática e outras áreas das chamadas Ciências Exatas, mas tem que segurar seus projetos na etapa teórica, por não conseguirem pessoas de confiançacom quem possam celebrar seus contratos. A legião de novos vem bem arrumada, bem "armada" de notebooks a tiracolo e tablets nas mãos, mas no principal, que é sua apresentação profissional intrínseca, não oferecem o mínimo grau de maturidade e credibilidade para poder levar a cabo os projetos.

Conclusão

A situação só vai mudar com o endurecimento das exigências em relação às instituições de ensino, que teimam em ter em seus portfólios cursos não reconhecidos pelo MEC, e em relação aos alunos, para se portarem como futuros profissionais, e não como se estivessem em um parque de diversões acadêmicas.

Também os critérios de cessão de benefícios aos estudantes terão que ser mais abrangentes e eficientes em relação ao critério RESULTADOS, para que os estudantes deixem esta zona de conforto em que se acham, por terem feito da Universidade seu ponto de encontro e local de Rede Social Presencial.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Olhando o que você não vê - Como produzir alunos melhores

Visando resgatar um pouco do raciocínio cognitivo dos jovens, frente a situações muito abstratas que surgem em seus estudos, resolvemos buscar uma situação que os aproximasse de verdades que já conhecem, mas que nunca descreveram e nunca compreenderam de uma forma mais "visível".

O jovem ainda guarda muito do Raciocínio Concreto que dominou até os 12 anos. E isto pode se prolongar até idades muito avançadas, caso o seu lado intelectual não seja estimulado. Influi também neste cenário a sua convivência e o seu grau de ceticismo.

Matérias como Matemática, Física e Química são verdadeiros suplícios para os alunos, e esta situação piora para aqueles que não tem nenhum interesse por filosofia. O aluno nesta fase só acredita no que pode tocar, no que pode ver, e é incapaz de fazer abstrações. A única que faz, com anomalias, é o amor e o afeto.

Portanto, vamos usar uma situação comum em família. Veja a figura abaixo:


Todos sabem que socialmente o Pai tem Autoridade sobre o seu Filho. Esta Autoridade não é visível a olho nú, mas tão somente pelos seus efeitos sobre o comportamento. Percebe-se, e para isto é preciso maturidade, que o Filho obedece o Pai (mesmo torcendo a cara, ficando irado ou reclamando).

E o filho tem uma Vontade, e é preciso ter mesmo uma, para poder manifestar a obediência e poder conduzir sua vida. Parte da Vontade é encarregada de exercer uma Autoridade sobre si mesmo. É aquela "voz interna" que diz: "faça isto", "é melhor não fazer aquilo", "cuidado". Mas esta voz interna não é aquela realmente audível que os psicopatas dizem ouvir.

Pessoas sem Vontade são um peso para a sociedade, e exigem intervenção constante, portanto a Vontade, mesmo dos jovens é desejável e importante.

A Autoridade como um Campo

A quantos metros ou quilômetros vai esta Autoridade ? O Filho adolescente viaja do Brasil para Miami. São milhares de quilômetros de distância. Será que a autoridade deste Pai consegue atravessar o oceano e chegar até lá ?

Vejam, a Autoridade é como um Campo de Força, invisível e de longo alcance. No caso humano, o que torna este Campo numa realidade é a nossa memória, um pouco mais palpável, mas ainda abstrata, pois a sensação de Autoridade é uma soma de:


  • Rosto do pai;
  • Voz do pai;
  • A ordem dada;
  • O local onde a ordem foi dada;
  • O momento em que a ordem foi dada;


Na Física

Os paralelos deste "Campo de Força" na Física são os Campos Elétricos e os Campos Magnéticos. Se o aluno compreender o exemplo anterior de Autoridade, que age à distância, vai poder compreender os Campos de natureza física, invisíveis mas reais, com mais facilidade.

O Cientificismo é algo ambíguo, pois ao mesmo tempo que nos aprisiona nos cinco sentidos, convenciona e enuncia Princípios que são "provados" em circunstâncias limitadas.

Nós nunca vimos uma onda, mas o seu Princípio funciona, na maior parte das circunstâncias, a contento. Nossos aparelhos de TV, Rádio, WiFi, Celular e GPRS falham quando temos influências externas ou cargas excessivas.

O que fazer ?

Não vamos falar da Filosofia da Ciência, pois nosso alvo é o aluno de nível básico e médio (o de nível superior deve ter raciocínio abstrato suficientemente amadurecido por obrigação).

Já que neste nosso tempo já temos um arcabouço de Princípios Científicos estabelecidos, podemos dizer que aos cinco sentidos básicos do seu corpo humano devem ser acrescentados estes Princípios já consagrados, sob pena de se ficar "Redescobrindo o Fogo" a cada novo problema proposto.

O aluno deve estar preparado para aceitar coisas como a dupla natureza das coisas - matéria e onda - sem se mostrar cético. Não podemos nos expor ao risco de voltarmos à Idade da Pedra.

Mas é o futuro ? Que outras manifestações na natureza podem surgir , sem que ocorram as piadas e gozações com que, por exemplo, Guglielmo Marconi teve que lidar, quando fazia seus experimentos com o Telégrafo sem fio ?

O que dizer quando temos uma geração que coloca tudo como Teoria da Conspiração, duvidando de etapas que já vencemos, como:


  • Biologia Molecular;
  • Conquista da Lua;
  • Fissão do Átomo;
  • Mecânica Quântica.


Já tivemos a experiência de mostrar a Biólogos, Químicos e Engenheiros Químicos filmes resultantes da observação da célula pelo microscópio eletrônico, e eles duvidarem de sua autenticidade. Temos jovens nas escolas que acham que o homem não foi à Lua, no entanto juram que existem ETs. Como pode ?

Se esta tendência prosseguir desta forma, o Ministério da Educação terá que restringir cada vez mais os conteúdos polêmicos dos currículos escolares, para se enquadrar na condição de Politicamente Corretos.

Causas

A primeira causa que podemos citar é sempre a preguiça, mãe do comodismo e avó do conformismo. O ser humano ACHA que já chegou ao ápice do desenvolvimento tecnológico, pois carrega no bolso um aparelho capaz de conectá-lo a tudo o que acontece no mundo (e mundo no sentido internacional mesmo).

A segunda causa é o Youtube, com teses desenvolvidas por leigos, loucos, pessoas a procura de fama, gozadores, frustrados e esquizofrênicos. O Youtube tem o "mentido" e o desmentido, teorias de conspiração, montagens, e uma enorme legião de medíocres precisando de aplauso.

A terceira causa é uma geração que só se alimenta do visual e adora "videocassetadas", videogame e pornografia. Entre em um fórum de blog, Youtube, Yahoo respostas e você vai verificar como é baixo o nível de conhecimento e de argumentação da esmagadora maioria das pessoas. Em algumas se vê claramente problemas de dislexia, falta de raciocínio, analfabetismo, dificuldade de expressão e dificuldade de argumentação.

No ENEM também transpira toda esta decadência da argumentação e da lógica. Ele mostra de forma cabal que devemos temer pelo futuro da administração de nosso país.

Teoria da Complexidade

O enunciado desta teoria vai explicar tudo:

"A complexidade do mundo real – dos objetos e fenômenos da natureza – só pode ser compreendida a partir de uma perspectiva multidimensional (em lugar de unidimensional e fragmentada) e que tenha em vista as incertezas e incompletudes de todo o conhecimento".

(Edgar Morin)

Ele complementa e diz que:

"a perspectiva de complexidade considera, na compreensão do mundo real, a ordem, a certeza e a
regularidade tanto quanto a desordem, a incerteza, as não-regularidades
"

É a parte das incertezas e não-regularidades que menos agrada aos racionalistas ortodoxos. A insistência quanto ás provas racionais impede o vislumbre da complexidade e reflete a insegurança dominante na sociedade.

A Solução

O aluno sempre se desenvolve aquém do previsto e esperado em relação aos conteúdos escolares. Então não se trata de restringir o currículo, mas expandí-lo cada vez mais. E uma das matérias que possibilita ao indivíduo a pura especulação como exercício é a filosofia.

A Ciência veio da Filosofia, da especulação sem limites e nem preconceitos. Devemos imaginar que somos capazes de fazer carros voadores, aviões sem asa, transmissão de informação e movimentação por energia mental, telepatia, e tudo o que possa EXCEDER NOSSO PATAMAR CIENTÍFICO ATUAL.

Não podemos dar a nenhuma situação o veredito de IMPOSSÍVEL sem exaurir completamente a especulação e a experimentação tanto mental quanto física.

Conclusão

O potencial humano é muito grande, e não chegamos ao fim de nossa capacidade. Não devemos ficar satisfeitos com nosso sistema de telefonia, pois ainda deixa muito a desejar em termos de disponibilidade. Não devemos ficar satisfeitos com nossos veículos, pois nossos motores ainda liberam muito gás carbônico. Não devemos nos satisfazer com nossas roupas, pois provocam um gasto muito grande de água e produtos para limpeza.

Não devemos nos satisfazer principalmente com a Medicina, pois ela é ainda muito invasiva. Perdemos muitas vidas com pragas, doenças e com uma sociedade que produz grande quantidade de inválidos, tanto psicológica quanto fisicamente. Podemos nos dar por satisfeitos quando constatamos a grande quantidade de pessoas morrendo na África, vítimas de doenças transmitidas por insetos ? Por que ainda não existe uma cura para o resfriado ? Por que não existe conserto para a coluna vertebral rompida ?

Devemos ir a fundo nas coisas, e não achar que nossa Ciência atual é grande coisa.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Como se estraga um adolescente - Motivação e Obrigação

A educação da criança começa mesmo antes dela começar a falar. Imediatamente ao abrir os olhos, ela começa o seu esboço do mundo.

Falar e dar o exemplo devem ser atitudes constantes e incansáveis dos pais, antes, durante e depois da ADOLESCÊNCIA. Mas, devido aos fenômenos de saturação mental de emoções da adolescência, a transmissão de conhecimentos, normas e condutas sociais se tornam muito difíceis de serem transmitidos durante esta fase. E ela varia de duração. Nos Brasileiros ela pode ir até os 32 anos.

Este difícil período, que provoca muitos conflitos familiares, é o da experimentação do indivíduo, para verificar se suas estratégias mentais de enfrentamento da vida funcionam. Por isto ele recusa ajuda. Então é necessário investir pesadamente no período que antecede a adolescência.

Alguns contextos que podem envolver o adolescente e suas consequências

Primeiro Contexto



Alguns pais, pela falta de conhecimento, exageram em relação às suas exigências em relação aos filhos, e isto pode trazer efeitos desastrosos na Adolescência.

A exigência se retrata neste diagrama em termos de dois parâmetros (medidores ou indicadores):

GI - Um número de 1 a 10 que demonstra o Interesse do indivíduo por um assunto ou tarefa
GO - Um número de 1 a 10 que representa o nível de Obrigação do indivíduo em relação a um assunto ou tarefa que faz parte de sua vida

No exemplo mostrado temos fatores comuns nesta cadeia de ideias. O normal nesta idade é que os pais sejam exigentes e autoritários. Por quê ? Porque o Adolescente demonstra um senso de oposição muito elevado aos pais, pois começando a ter um POUCO de entendimento, ele acha que domina TODO o entendimento necessário para se viver. Mas ele não atingiu o nível de detalhes que envolvem as situações da vida para estar capacitado a ter TODO o entendimento (nem os adultos o tem).

O diagrama mostra as situações mais comuns de cobrança a que o adolescente está submetido. Ele precisa acordar cedo (inapropriado para sua idade, adolescente precisa dormir muito) para três atividades muito comuns.

Se as aulas do indivíduo são de manhã, ele precisa acordar cedo. O GI de um adolescente normal é 1. Ele sabe que tem que estudar (GO máximo = 10), mas seu interesse por uma sala de aula onde precisa ficar sentado e ouvindo um professor que utiliza, via de regra, os mesmos métodos do passado, apenas maquiados por um pouco de tecnologia, portanto o seu GI para esta tarefa é somente 1. No caso dos NERDs, o GI pode chegar a 10.

Já ir ao clube, no entanto acordando cedo, tem um GI que colocamos em torno de 4. Afinal, apesar de ter que acordar cedo, o indivíduo vai praticar atividades ao ar livre, sem estar preso numa sala de aula. E o grau de obrigação também não é tão grande (em torno de 7).

Como se forma um ateu

Vejamos os indicadores para a atividade de acordar cedo (aos domingos notadamente), para ir à Igreja, e estudar a Bíblia. Existem pais que forçam o adolescente a fazer esta atividade.

Ora, acordar cedo já é uma agressão para o adolescente. Se ele estuda de manhã, domingo ele vai estar exausto, depois de 5 dias acordando cedo. Na Igreja, no momento do estudo, ele vai estar numa sala fechada. E além disto, como esta é a idade em que o jovem é extremamente crítico, ele vai se aborrecer com o estudo da Bíblia.

Então, obrigado a descer às piores condições que uma tarefa exige, ele vai tomar raiva da Bíblia, raiva da Igreja, raiva de padre, pastor, rabino, seja o que for.

Segundo Contexto



Mas vejam o que acontece quando o Adolescente (no caso masculino) está namorando uma garota na Igreja. O Grau de Interesse sobe para 8 (não colocamos 10 pois estamos considerando um indivíduo bem normal).. Então, mesmo que o assunto seja aborrecido para a média, o fato de ter alguém esperando por ele na Igreja, onde vai trocar amor e carinho, estimula-o significativamente. O ser humano normal é um animal que busca o afeto.

Vamos verificar fenômeno semelhante com o ato de estudar, um dos mais aborrecidos para a juventude.

Terceiro Contexto


Vejam que a introdução de um namoro na escola aumenta significativamente o grau de interesse do indivíduo. Mas no caso da escola existem fatores de risco. Um conflito de natureza amorosa com esta namorada, se ocorrer, pode, além de voltar os coeficientes ao valor anterior, provocar situações de conflito que podem levar o indivíduo às crises de adolescência mais profundas, como sentimento de rejeição, inveja (se algum colega começar a namorar com sua ex) e até brigas.

Associações errôneas

O uso da obrigação e da coação produzem na cabeça de um indivíduo, AINDA EM FORMAÇÃO, associações errôneas. Ao invés de considerar que a ida à Igreja é uma forma de integração social e conhecimento dos valores espirituais, devido à coação o indivíduo passa a odiar a Igreja. E se encarar a finalidade, pode ainda achar a igreja um bom local para conhecer as pessoas, mas pode começar a odiar a Bíblia, pois considera o tempo para seu estudo como uma perda do tempo que poderia estar utilizando para interação social.

Um padre, pastor ou rabino que faça uma preleção lenta, chata e sem inteligência e dinâmica também pode colaborar para o nascimento de sentimentos de repulsa pela Religião em geral, pela Bíblia e finalmente pelo local chamado de Igreja.

Da mesma forma, um professor medíocre, autoritário, sem didática, pode fazer o aluno odiar os estudos e, em última instância, a escola. Daí a necessidade de se ter professores bem preparados.

Conclusão

Procure atuar sobre seu filho quando bem novo, levando-o à Igreja, colocando-o em uma boa escola, e habituando-o a um clube, para que na adolescência as chances de ele encarar as atividades obrigatórias sejam maiores.